Mercado de trabalho

Petrobras dobrará capacidade logística para pré-sal, diz gerente


A exploração do petróleo no pré-sal exigirá que a capacidade logística da Petrobras dobre de tamanho, e os gastos da empresa para atender a demanda vão crescer quase na mesma proporção, segundo o gerente-geral de Logística da estatal, Ricardo Albuquerque.

A estimativa da empresa é de que a logística cresça 30% em dois anos e 100% em cinco anos. "Nosso crescimento logístico será espantoso. A produção de petróleo vai dobrar em uma década, mas para se chegar a isso é preciso dobrar a logística num prazo menor", disse o gerente-geral da estatal em entrevista, durante evento no Rio.

Os valores envolvidos na ampliação da logística não foram revelados, mas a previsão é de que os gastos nessa área avancem no mesmo nível do crescimento esperado. "Não podemos esquecer o ganho de produtividade ao longo do processo, mas os gastos devem crescer quase na mesma proporção", disse a jornalistas o executivo, após palestra no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef).

Segundo ele, só o transporte de pessoas deve dobrar de 750 mil para mais de 1,4 milhão/ano até 2016 para atender a produção do pré-sal. O número de embarcações de apoio também deve aumentar das

atuais 240 para cerca de 500 até 2016. "A maioria dessa embarcações será contratada, e estamos estudando a possibilidade de construção de 'hubs' no mar para fazer o transporte de profissionais. Eles iriam de barco até o 'hub' e depois seguiriam de helicóptero para a plataforma", afirmou ele.

A empresa já tem quatro "hubs" de diesel em mar para alimentar as embarcações e as plataformas da empresa, e a previsão é de que até 2016 sejam construídos mais dois desse tipo. Para atender a produção do pré-sal, a empresa pretende ainda construir novos aeroportos, expandir os já existentes e construir sozinha ou em parceria terminais portuários pelo país.
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19/01/2011 - Brasil, França e Itália promovem pesquisa conjunta de benchmarking
Pesquisa voltada à análise das melhores práticas na indústria que conduzem a desempenho superior envolvendo o Brasil é inédita. Estudos anteriores focavam apenas a comparação entre Europa, Estados Unidos e Japão
 
Visto como um processo positivo e pró-ativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função específica a fim de otimizar a realização da mesma ou semelhante, o benchmarking tem como objetivo quantificar e ilustrar a necessidade de promover mudanças na organização. Para tal, foram levantados os principais indicadores de performance de indústrias do Brasil, França e Itália.
No estudo realizado, que englobou 420 empresas dos três países, foram abordadas questões como: distribuição, abastecimento, terceirização, custos logísticos, sistemas de informação, desenvolvimento sustentável, entre outros. A participação brasileira em estudos dessa natureza é inédita, uma vez que os principais comparativos de benchmarking em práticas logísticas costumeiramente dão-se entre países do hemisfério norte.

Para se ter ideia de alguns indicadores comparativos entre os três países, elencamos alguns dados:

ü  Custo logístico como percentual no preço dos produtos:
       Brasil: 9,2%
       Itália: 6.9%
       França: 11,9%
ü  Custo do transporte como percentual do custo logístico:
       Brasil: 26%
       Itália: 31%
       França: 28%
ü  Custo administrativo como percentual do custo logístico:
       Brasil: 15%
       Itália: 4%
       França: 11%
ü  OTIF (On Time In Full) - No tempo e completo. Indicador aplicado à distribuição de produtos e/ou gerenciamento de fornecedores:
       Brasil: 98,3%
       Itália: 97%
       França: 97,9%

“Numa rápida análise, podemos afirmar que o Brasil apresentou bons indicadores, mas precisa melhorar principalmente na diminuição do custo logístico e administrativo. Para tal, é importante que nossa infraestrutura seja melhorada, que possa ser utilizada mais a intermodalidade – e não ficarmos apenas com 97% concentrado no rodoviário -, além da necessidade de diminuição da carga tributária e burocracia”, afirma Adalberto Panzan, presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Logística (ASLOG) e coordenador do estudo.
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03/02/2011 - Desafio do transporte na era da logística
Sob qualquer ponto de vista – econômico, político e militar - o transporte é, inquestionavelmente, a indústria mais importante do mundo
 
*Síntese do artigo de Carlos Menchik
Baseado nesta citação, tudo tem início no transporte, principalmente por estar diretamente atrelado ao comércio, já enfatizava Henry Ford em seu livro Hoje e Amanhã de 1927. “O limite real de uma empresa é o transporte. Se ela tem de transportar seus produtos para muito longe, restringe-se na sua capacidade de serviços e limita seu tamanho. Transporta-se demais, há excesso de veiculação de mercadorias, há desperdício.” (FORD, 1927, p.37)
Com o passar dos anos, o transporte vem ganhando relevância dentro das empresas, não somente por ser um custo representativo, atingindo de 2% a 40% do faturamento na indústria dependendo do valor agregado da mercadoria. Além disso, o item transporte representa em torno de 60% dos custos logísticos nas empresas, pois precisam atender as necessidades dos clientes em velocidade e pontualidade, especialmente em tempos de respostas rápidas. Vale dizer que os negócios envolvendo transporte no Brasil representam 8% do Produto Interno Bruto (PIB), mostrando sua relevância econômica.
Nosso país é fortemente voltado ao modal rodoviário (aproximadamente 60% da matriz modal é rodoviária) e que o transporte é a rubrica com maior relevância dentro dos custos logísticos das empresas. Com o efeito da globalização, tanto a carga quanto os passageiros têm demandado por serviços de transporte que condizem com a nova era das “ponto com”, onde o Just-In-Time já não é rápido o suficiente. Portanto, precisamos entregar serviços especializados, pontuais, rápidos e continuamente com valor agregado condizente com o mercado.
Entretanto, sabemos também, que nossa infraestrutura não suporta as atuais demandas de prazos e pontualidade. Segundo o índice de desempenho logístico do Banco Mundial (2010), ou LPI, a infraestrutura brasileira está ranqueada em 37° lugar, sendo que a nossa economia está entre as 10 maiores do mundo. Em sua pesquisa anterior (2007), o Banco Mundial colocou o Brasil como a sexta maior economia do mundo, empatado com Reino Unido, França, Rússia e Itália.
Porém, quando fomos analisar os custos resultantes da nossa fraca infraestrutura, o problema fica ainda maior. A pesquisa anterior de 2007 mostra o Brasil na 126ª posição no quesito custo logístico doméstico. Com este tipo de desempenho, como seremos competitivos?
Com todas estas informações, é notória nossa necessidade pela melhoria radical em nossos processos e também em nossas operações para podermos obter custos mais competitivos perante este mercado sem fronteiras que nos é apresentado, principalmente com a entrada de players internacionais no mercado de transportadoras.
O atual mundo da logística esta valorizando as horas e minutos, ao invés de dias, como feito no passado. Um exemplo é o advento do JIT desenvolvido pela Toyota dentro do Sistema Toyota de Produção, que de forma simplista, objetiva melhorias incrementais no processo produtivo com o grande objetivo de reduzir os estoques de matéria-prima e material em processo e produto acabado.
Juntamente com a popularização da mentalidade enxuta (Lean Thinking) aplicada na logística, vem se valorizando a importância do transporte como um meio de sincronismo na entrega de mercadoria no ponto de consumo e entre uma linha de montagem e os níveis de estoques. Esta relação torna-se crítica e decisiva para determinar os níveis de estoque de segurança necessários; ou seja, quanto maior o transit time ou a variabilidade deste transit time, maior será o nosso nível de estoque de segurança para garantir um nível de serviço satisfatório. Porém o consumidor não está mais disposto a pagar este preço.
É notório que o transporte rápido, preciso e confiável em seu tempo de trânsito está sendo valorizado para colocarmos nossos produtos no mercado consumidor com velocidade otimizando os custos de estoque em uma época onde a vida útil dos produtos esta cada vez menor. A eficiência de entrega é um indicador determinante para avaliarmos o processo de transporte.
Com essa realidade, ao gestor responsável pelo transporte que precisa compactuar a tendência do aumento das tarifas de fretes no transporte fracionado rodoviário, com sua necessidade de redução de custos logísticos para se manter competitivo, resta a pergunta: como fazer isso? E a resposta está em trabalho colaborativo entre todos os elos desta cadeia de suprimentos utilizando um pensamento sistêmico do processo e não mais modelos mentais locais.