terça-feira, 15 de março de 2011

EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA

EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA



 


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Com a evolução da humanidade e com suas necessidades e desejos a serem satisfeitos, surge um desafio às empresas: disponibilizar seus produtos, ao menor custo possível, no momento e no local adequado de forma que seus clientes possam consumir seus produtos satisfazendo, assim, suas necessidades e desejos.
Atualmente, com a economia cada vez mais globalizada e altamente competitiva, as empresas têm procurado cada vez mais obter alguma vantagem em relação as outras empresas, o que atrairia cada vez mais novos clientes. Hoje, o cliente não quer somente um produto de qualidade, mas também um produto que esteja disponível no momento em que ele desejar.
Embora a logística sempre tenha existido, sua evolução aconteceu de forma lenta até os anos 40, pois a necessidade da movimentação de produtos, pela própria dispersão geográfica das populações, suas necessidades e pela variedade de produtos, era pequena ou quase inexistente. A economia neste período era praticamente a base de trocas ou vendas locais.
A primeira tentativa de definir LOGÍSTICA foi feita pelo Barão Antoine Henri Jomini (1779-1869), general do exército francês sob o comando de Napoleão Bonaparte, que em seu Compêndio da Arte da Guerra, a ela se referiu como a “arte prática de movimentar exércitos”. Em sua opinião, o vocábulo logistique é derivado de um posto existente no exército francês durante o século XVII – “Marechal des Logis”’responsável pelas atividades administrativas relacionadas com os deslocamentos, o alojamento e o acampamento das tropas em campanha. Ainda naquele livro, o Barão Jomini chegou a afirmar que “a logística é tudo ou quase tudo no campo das atividades militares, exceto o combate”.
Durante a 2ª Guerra Mundial – a maior operação logística realizada pelo homem – o significado de Logística adquiriu uma amplitude muito maior, em decorrência do vulto das operações militares realizadas, determinando a utilização de quantidades e variedades de suprimentos jamais atingidos anteriormente. Consequentemente, as Forças Armadas aliadas compreenderam que a Logística abrangia todas as atividades relativas à provisão e administração de materiais, pessoal e instalações, além da obtenção e prestação de serviços de apoio. Uniformizou-se, então, a definição de logística como o “conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão de todos os meios necessários à realização de uma guerra”.
A Logística é um verdadeiro paradoxo. É, ao mesmo tempo, uma das atividades econômicas mais antigas e um do conceitos gerenciais mais modernos. Desde que o homem abandonou a economia extrativista, e deu início às atividades produtivas organizadas, com produção especializada e troca de excedentes com outros produtores, surgiram três das mais importantes funções logísticas, ou seja, estoque, armazenagem e transporte. A produção em excesso, ainda não consumida, vira estoque. Para sua integridade, o estoque necessita de armazenagem. E para que a troca possa ser efetivada , é necessário transporta-lo do local de produção ao local de consumo. Portanto, a função logística é muito antiga, e seu surgimento se confunde com a origem da atividade econômica organizada.
O que vem fazendo da Logística um dos conceitos gerenciais mais modernos são dois conjuntos de mudanças, o primeiro de ordem econômica, e o segundo de ordem tecnológica. As mudanças econômicas criam novas exigências competitivas, enquanto as mudanças tecnológicas tornam possível o gerenciamento eficiente e eficaz de operações logísticas cada dia mais complexas e demandantes. A tabela abaixo apresenta uma lista das principais mudanças econômicas que vêm tornando a logística mais complexa e demandante.
Principais mudanças econômicas que afetam a Logística


GLOBALIZAÇÃO
AUMENTO DAS INCERTEZAS ECONÔMICAS
PROLIFERAÇÃO DOS PRODUTOS
MENORES CICLOS DE VIDA DOS PRODUTOS
MAIORES EXIGÊNCIAS DE SERVIÇOS
Globalização significa, entre outras coisas, comprar e vender em diversos locais ao redor do mundo. As implicações desse fenômeno para a Logística são várias e importantes. Aumentam o número de clientes e os pontos de vendas, crescem o número de fornecedores e os locais de fornecimento, aumentam as distâncias a serem percorridas e a complexidade operacional, envolvendo legislação, cultura e modais de transporte.
No rastro da globalização, surge o aumento da incerteza econômica. A crescente troca de bens e serviços entre as nações aumentou substancialmente a interdependência e a volatilidade econômica. Mudanças ou crises nacionais têm reflexo regional imediato, e tendem a espalhar-se numa escala mundial. Para a Logística, que precisa atuar em antecipação à demanda, produzindo e colocando o produto certo, no local correto, no momento adequado e ao preço justo, o aumento da incerteza econômica cria grandes dificuldades para a previsão de vendas e o planejamento de atividades.
A proliferação de produtos é um fenômeno que vem generalizando-se, e representa uma resposta das empresas aos efeitos da globalização e da desregulamentação econômica que marcou o mundo nas duas últimas décadas. Para onde quer que se olhe ela está presente. Do tênis, passando pelos automóveis, produtos eletrônicos, vestuário, alimentos, a proliferação de produtos é inquestionável.
Ciclo de vida mais curtos são conseqüências direta da política de lançamentos contínuos e cada vez mais rápidos de novos produtos. Novos produtos tendem a tornar obsoletos produtos antigos, diminuindo, portanto, seu ciclo de vida. Como exemplo, podemos citar os equipamentos de informática.
Mudanças no ambiente competitivo e no estilo de trabalho vêm tornando clientes e consumidores cada vez mais exigentes. Isso se reflete em demanda por níveis crescentes de serviços logísticos. A forte pressão por redução de estoques vem induzindo clientes institucionais para compras mais freqüentes e em menores quantidades, com exigência de prazos e entrega cada vez menores, livres de atrasos ou erros. Por outro lado, o consumidor final, com seu estilo de vida crescentemente marcado pelas pressões do trabalho, valoriza cada vez mais a qualidade dos serviços na hora de decidir que produtos e serviços comprar.
Em seu conjunto, esse grupo de mudanças econômicas vem transformando a visão empresarial sobre logística, que passou a ser vista não mais como uma simples atividade operacional , um centro de custos, mas sim como uma atividade estratégica, uma ferramenta gerencial, fonte potencial de vantagem competitiva.
Os períodos em que se pode separar e caracterizar a logística foram os seguintes:
a) Período até os anos 40 – teve seu início situado na virada para o século XX, sendo a economia agrária sua principal influência teórica. A principal preocupação era com as questões de transporte para o escoamento da produção agrícola, uma vez que a demanda existente, na maioria dos casos, superava a capacidade produtiva das empresas.
b) Período dos anos 40 até os anos 60 – em função das duas grandes guerras, surge o termo “logística” que teve suas raízes na movimentação e no suprimento das tropas durante as guerras. Aqui a ênfase era no fluxo de materiais, e em especial nas questões de armazenamento e transporte, tratadas separadamente no contexto da distribuição de bens.
c) Período dos anos 60 até os anos 70 – começa uma visão integrada nas questões logísticas, explorando-se aspectos como custo total e uma visão sistêmica do processo produtivo. O foco deixa de recair na distribuição física para abranger um leque mais amplo de funções, sob a influência da economia industrial.
d) Período dos anos 70 até anos 80 – os custos de distribuição aumentaram enormemente. A pressão cada vez maior dos mercados consumidores por variedade de produtos, melhoria nos níveis de serviço e elevada produtividade , impunha um melhor gerenciamento da produção, com ênfase na racionalização dos custos , de forma a obter preços capazes de gerar vendas crescentes e melhorar a lucratividade.
e) Período dos anos 80 até anos 90 – a revolução tecnológica e o barateamento dos sistemas informatizados,viabilizou a disponibilização de informações precisas e em tempo hábil, estimulando o acelerado uso do computador como ferramenta básica para uma rápida e realista avaliação das situações que se apresentavam, minimizando o tempo de resposta e aumentando as possibilidades do sucesso empresarial. A adoção de sofisticadas abordagens de gerenciamento logístico passou a representar o ponto-chave na sustentação das estratégias mercadológicas inovadoras que invadiam o mercado. O processo decisório tornava-se mais ágil, os ciclos operacionais mais curtos e as adaptações ao sistema menos traumáticas.
f) Período dos anos 90 até os dias atuais – em decorrência do processo de globalização da economia mundial e conseqüente acirramento do ambiente competitivo, combinado com os rápidos avanços nas telecomunicações, a indústria e o comércio passam a considerar todo o mercado mundial como fornecedores e clientes, os atacadistas diminuem os seus estoques, giram mais mercadorias. Os ciclos de vida dos produtos são cada vez mais reduzidos. O conceito de Logística passa a ser o conjunto de atividades direcionadas a agregar valor, otimizando o fluxo de materiais, desde a fonte produtora até o consumidor final, garantindo o suprimento na quantidade certa, de maneira adequada, assegurando sua integridade, a um custo razoável, no menor tempo possível e atendendo a todas as necessidades do cliente.
1.2) HISTÓRICO DA LOGÍSTICA BRASIELIRA

O conceito de Logística é bastante recente no Brasil. Sua difusão teve início na década de 90 e se acelerou a partir de 1994, com a estabilização econômica. O ambiente altamente inflacionário, combinado com uma economia fechada e com baixo nível de competição, levou as empresas a negligenciarem o processo logístico, gerando um atraso maior que 10 anos em relação às práticas internacionais. A logística moderna tem início no país e traz consigo um período de riscos e oportunidades.

Durante a década de 90, a logística, no Brasil, passou por extraordinárias mudanças. Pode-se afirmar que passamos por um processo revolucionário, tanto em termos das práticas empresariais, quanto da eficiência, qualidade e disponibilidade da infra-estrutura de transportes e comunicações, elementos fundamentais para a existência de uma logística moderna. Para as empresas que aqui operam, é um período de riscos e oportunidades. Riscos devido às enormes mudanças que precisam ser implementadas e oportunidades devido aos enormes espaços para melhorias de qualidade do serviço e aumento de produtividade, fundamentais para o aumento da competitividade empresarial. A explosão do comércio internacional, a estabilização econômica produzida pelo Real e as privatizações da infra-estrutura foram os fatores que mais impulsionaram esse processo de mudança. Entre 1994 e 1997, o comércio exterior brasileiro pulou de um volume de aproximadamente US$ 77 bilhões para cerca de US$ 115 bilhões, ou seja, um crescimento de 50 % em 3 anos.Por outro lado, o processo de privatização da infra-estrutura foi concluído, com todas as empresas de telecomunicações, ferrovias e vários terminais portuários já em mãos privadas.

Até meados dos anos 90, a logística era vista apenas como transporte dos produtos prontos de uma determinada empresa ou de uma Fábrica. Este fato custou muito dinheiro e desperdício para as empresas que ,a partir de 1998, começaram a estudar profundamente suas atividades e passaram a entregar a parte logística para empresas especializadas no setor. Como exemplo, podemos citar grandes supermercados e empresas de eletrodomésticos que terceirizam suas atividades de entrega. Se por um lado a entrega de uma operação logística a uma outra empresa pode parecer uma certa perda de controle da operação, causando problemas. Por outro lado, uma maior eficiência na atividade causa boa impressão e confiabilidade dos clientes.

Perspectivas para a Logística em 2011!

Perspectivas para a Logística em 2011!

 

2011 será um ano de muitos DESAFIOS e OPORTUNIDADES para os profissionais de logística, principalmente para aqueles que atuam mais próximos aos canais de distribuição, em especial o pessoal voltado à distribuição de produtos acabados e atendimento ao Cliente. O ano também reservará fortes emoções para o pessoal dos armazéns.

Desde o final do ano de 2009 temos vivenciado a pressão das Transportadoras e Operadores Logísticos por reajustes nos preços dos serviços prestados, sinalizando patamares acima da variação de indicadores como o IGPM e o IPCA. Essa pressão se intensificou ao longo de 2010 e será ainda maior em 2011.

As reivindicações das Transportadoras embora pareçam na contramão da qualidade dos serviços prestados, estão fundamentadas no aumento dos custos que vem ocorrendo há mais de 15 anos. Um dos principais insumos do Transporte, o óleo diesel, sofreu um reajuste de cerca de 500% entre 1995 e 2010. Se ele responde por cerca de 30% a 35% dos custos totais, por si só representaria um aumento na tarifa de frete de mais de 150%. Além do óleo diesel, também verificamos acréscimos representativos no salário de motoristas, preço dos veículos e equipamentos (reboques e semi-reboques), pedágios, investimentos em gerenciamento de riscos, etc. Não seria absurdo afirmar que as tarifas de transportes no Brasil estejam de 1,5 a 2,0 vezes defasadas.

Paralelo a isso, outros fatores têm provocado um maior aumento de custos, como a necessidade de agendamento de entregas no atacado e varejo, os altos tempos improdutivos na carga e descarga, a perda de produtividade nas viagens devido à queda abrupta na velocidade média em função dos congestionamentos nas cidades e estradas, necessidade de novos investimentos por causa das restrições à circulação de veículos nas grandes metrópoles, gastos adicionais para a contratação e retenção de motoristas, cada vez mais difícil de encontrar (já existe um déficit que varia de 10% a 15%), etc.

2011 também se tornarão inesquecíveis para muitos profissionais de logística diretamente ligados à área de transportes, pois neste ano teremos uma visão mais clara e realista da falta de infra-estrutura em estradas, portos, aeroportos e ferrovias. Em 2011 sentiremos com mais intensidade os dissabores do “apagão logístico”, amplamente divulgado por técnicos, especialistas e executivos da área. A falta de uma política de investimentos governamental, em todas as suas esferas de poder, levará o Brasil a um verdadeiro “caos”, que afetará a logística no mercado interno e externo.

Soma-se a isso ainda a pressão dos concorrentes cada vez mais “letais” e “intolerantes” às nossas falhas e a um mercado interno (em especial as classes C e D) ávidos por produtos e serviços. Portanto, qualquer “deslize” de nossa parte na gestão da distribuição e do atendimento ao Cliente, poderá representar a perda de importantes pontos no market share.

Para os profissionais de movimentação e armazenagem não faltarão obstáculos a serem superados. Problemas relacionados ao alto turn-over da mão-de-obra, ao aumento da logística reversa, ao excessivo fracionamento dos pedidos, à dificuldade na unitização das cargas e à necessidade de maior controle sobre avarias e diferenças de inventário serão ainda maiores e contribuirão para uma maior tensão e estresse.

Em 2011 o profissional de logística terá ainda mais que se “equilibrar” na tradicional “gangorra”, ora pendendo para o nível de serviço (cobrança que vem de fora), ora pendendo para o controle dos custos operacionais (cobrança que vem de dentro). Essa equação, difícil de resolver, servirá como um “vestibular” para o sucesso ou insucesso da área de logística.

Vencerão aqueles que diante de tantos obstáculos conseguirem identificar formas de transformar esses DESAFIOS em OPORTUNIDADES.

Será importante desenvolver uma postura colaborativa e uma relação ganha-ganha junto aos seus parceiros na prestação de serviços logísticos, bem como estabelecer formalmente contratos, deixando claro os direitos e deveres de cada parte. A definição de indicadores de desempenho abrangendo produtividade, custos e nível de serviço e o monitoramento dessas informações em tempo real também se constituirão em um importante diferencial neste momento conturbado. E também não se esqueça de estabelecer planos contingenciais para as diferentes situações a serem vivenciadas.

Será também muito importante capacitar todos os níveis da empresa numa visão de MELHORIA CONTÍNUA, que funcione de baixo para cima (bottom-up) para que todas as oportunidades de melhorias, não importando seu tipo ou dimensão, possam viabilizar uma logística mais competitiva, que diante das dificuldades, torne-se um diferencial perante seus concorrentes. Por isso, é importante capacitar tecnicamente a sua equipe, principalmente no nível de supervisores ou coordenadores e encarregados.