terça-feira, 15 de março de 2011

Perspectivas para a Logística em 2011!

Perspectivas para a Logística em 2011!

 

2011 será um ano de muitos DESAFIOS e OPORTUNIDADES para os profissionais de logística, principalmente para aqueles que atuam mais próximos aos canais de distribuição, em especial o pessoal voltado à distribuição de produtos acabados e atendimento ao Cliente. O ano também reservará fortes emoções para o pessoal dos armazéns.

Desde o final do ano de 2009 temos vivenciado a pressão das Transportadoras e Operadores Logísticos por reajustes nos preços dos serviços prestados, sinalizando patamares acima da variação de indicadores como o IGPM e o IPCA. Essa pressão se intensificou ao longo de 2010 e será ainda maior em 2011.

As reivindicações das Transportadoras embora pareçam na contramão da qualidade dos serviços prestados, estão fundamentadas no aumento dos custos que vem ocorrendo há mais de 15 anos. Um dos principais insumos do Transporte, o óleo diesel, sofreu um reajuste de cerca de 500% entre 1995 e 2010. Se ele responde por cerca de 30% a 35% dos custos totais, por si só representaria um aumento na tarifa de frete de mais de 150%. Além do óleo diesel, também verificamos acréscimos representativos no salário de motoristas, preço dos veículos e equipamentos (reboques e semi-reboques), pedágios, investimentos em gerenciamento de riscos, etc. Não seria absurdo afirmar que as tarifas de transportes no Brasil estejam de 1,5 a 2,0 vezes defasadas.

Paralelo a isso, outros fatores têm provocado um maior aumento de custos, como a necessidade de agendamento de entregas no atacado e varejo, os altos tempos improdutivos na carga e descarga, a perda de produtividade nas viagens devido à queda abrupta na velocidade média em função dos congestionamentos nas cidades e estradas, necessidade de novos investimentos por causa das restrições à circulação de veículos nas grandes metrópoles, gastos adicionais para a contratação e retenção de motoristas, cada vez mais difícil de encontrar (já existe um déficit que varia de 10% a 15%), etc.

2011 também se tornarão inesquecíveis para muitos profissionais de logística diretamente ligados à área de transportes, pois neste ano teremos uma visão mais clara e realista da falta de infra-estrutura em estradas, portos, aeroportos e ferrovias. Em 2011 sentiremos com mais intensidade os dissabores do “apagão logístico”, amplamente divulgado por técnicos, especialistas e executivos da área. A falta de uma política de investimentos governamental, em todas as suas esferas de poder, levará o Brasil a um verdadeiro “caos”, que afetará a logística no mercado interno e externo.

Soma-se a isso ainda a pressão dos concorrentes cada vez mais “letais” e “intolerantes” às nossas falhas e a um mercado interno (em especial as classes C e D) ávidos por produtos e serviços. Portanto, qualquer “deslize” de nossa parte na gestão da distribuição e do atendimento ao Cliente, poderá representar a perda de importantes pontos no market share.

Para os profissionais de movimentação e armazenagem não faltarão obstáculos a serem superados. Problemas relacionados ao alto turn-over da mão-de-obra, ao aumento da logística reversa, ao excessivo fracionamento dos pedidos, à dificuldade na unitização das cargas e à necessidade de maior controle sobre avarias e diferenças de inventário serão ainda maiores e contribuirão para uma maior tensão e estresse.

Em 2011 o profissional de logística terá ainda mais que se “equilibrar” na tradicional “gangorra”, ora pendendo para o nível de serviço (cobrança que vem de fora), ora pendendo para o controle dos custos operacionais (cobrança que vem de dentro). Essa equação, difícil de resolver, servirá como um “vestibular” para o sucesso ou insucesso da área de logística.

Vencerão aqueles que diante de tantos obstáculos conseguirem identificar formas de transformar esses DESAFIOS em OPORTUNIDADES.

Será importante desenvolver uma postura colaborativa e uma relação ganha-ganha junto aos seus parceiros na prestação de serviços logísticos, bem como estabelecer formalmente contratos, deixando claro os direitos e deveres de cada parte. A definição de indicadores de desempenho abrangendo produtividade, custos e nível de serviço e o monitoramento dessas informações em tempo real também se constituirão em um importante diferencial neste momento conturbado. E também não se esqueça de estabelecer planos contingenciais para as diferentes situações a serem vivenciadas.

Será também muito importante capacitar todos os níveis da empresa numa visão de MELHORIA CONTÍNUA, que funcione de baixo para cima (bottom-up) para que todas as oportunidades de melhorias, não importando seu tipo ou dimensão, possam viabilizar uma logística mais competitiva, que diante das dificuldades, torne-se um diferencial perante seus concorrentes. Por isso, é importante capacitar tecnicamente a sua equipe, principalmente no nível de supervisores ou coordenadores e encarregados.

Um comentário:

  1. Dentre as obras do PAC, uma que deveria estar incluída antes do TAV-trem de alta velocidade e ser priorizada é a Ligação rodo ferroviária Parelheiros–Itanhaém com rampas para ambos de no máximo 2 %, com o rodo e ferroanel metropolitano de São Paulo, pois a construção em conjunto se torna muito mais ágil e econômica, uma vez que o porto de Santos ultrapassou seu limite de saturação com filas de navios em de mais de 60 unidades, das quais podem ser avistados da Vila Caiçara em Praia Grande, além de que a Via Anchieta por ser a única via de descida permitida para ônibus e caminhões tem registrados congestionamentos e acidentes graves semanalmente, como este de hoje 22/02/2013 em que uma trompa d’agua na baixada paulista deixou o sistema Anchieta / Imigrantes em colapso, e o transito só foi restabelecido na madrugada do dia 24 seguinte, e em épocas de escoamento de safra também a Dom Domenico Rangoni (Piaçaguera–Guarujá) a Anchieta, se tornam congestionadas diariamente, com enormes filas de caminhões ao contrário da Manoel da Nóbrega, onde somente se fica com problemas em épocas pontuais na passagem de ano, ao porto de Santos, e os futuros portos de Itanhaém / Peruíbe.
    Enquanto não se completa o rodo e o ferroanel em São Paulo, esta ligação ferroviária pelo centro deve ser permitida com a utilização do sistema misto (cargas e passageiros), não se criando obstáculos e não se modificando a largura das plataformas, que já estão de acordo com o gabarito, que é de 3,15 m, e devem ser mantidas.
    E o vão se tornou evidente na CPTM, após o recebimento em doação dos trens espanhóis usados, que são mais estreitos e tem que trafegar com uma adaptada plataforma lateral de aprox. 9 cm em cada uma das portas, exatamente ao contrário do que acontece na Supervia-RJ, em que os novos trens chineses para trafegar tem que se cortar as plataformas, algo que se trafegassem em São Paulo estariam trafegando sem necessidade de alteração nas plataformas, pois as mesmas já estão dimensionadas para esta medida padrão.
    Atualmente na China trens de passageiros regionais trafegam a velocidade de ~150 km/h na mesma via dos trens de carga, em horários distintos, (Evidentemente o trem de carga não tem a necessidade de se trafegar a esta velocidade) e se tem toda uma logística embarcada por conta disto.
    Novamente se volta a propor a utilização de trens de passageiros convencionais regionais entre muitas cidades brasileiras, retificando e melhorando parte dos trajetos existentes, e com a expansão gradativa pela Valec, do norte para o sul de linhas em bitola única de 1,6 m, entendo ser esta, uma alternativa de implantação extremamente mais viável tanto econômica, como na rapidez e facilidade de execução e demandas garantidas, com prioridade de execução em relação ao TAV- Trem de alta velocidade, obra esta que tem uma seria tendência a se somar as grades maiorias deste programa, que estão incompletas ou paralisadas, que sempre tem data para começar, com términos, andamentos e custos imprevisíveis.

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